Quem veste tamanho 42 ou 44 muitas vezes se vê em uma verdadeira zona cinzenta na hora de comprar roupas. Não sabe se vai direto pra seção comum ou se já se enquadra na moda plus size. Mas afinal, tamanho 42 e 44 é considerado plus size ou não? Essa dúvida é mais comum do que se imagina, e a resposta pode variar dependendo de onde você está comprando, do tipo de roupa e até do próprio mercado da moda.
Neste artigo, a gente vai explicar direitinho como funciona essa classificação, por que ela é tão confusa, e o que isso representa na prática — não só nas etiquetas, mas também no corpo e na autoestima.
O que é considerado plus size?
A expressão plus size quer dizer “tamanho maior”, e começou a ser usada na indústria da moda para identificar peças de roupa destinadas a corpos que fogem do chamado “padrão”. Só que o que é “maior” pra uma marca pode ser completamente diferente pra outra.
De forma geral, no Brasil, considera-se plus size a partir do tamanho 46. Ou seja, tecnicamente, tamanhos 42 e 44 não são plus size, mas isso não é uma regra absoluta. Existem lojas, estilistas e campanhas que já classificam o 44 como um início do plus size, principalmente quando o foco é representar a diversidade de corpos reais.
A confusão entre o “manequim comum” e o “plus size”
Antigamente, a maioria das roupas femininas era feita pensando em numeração de 36 a 42. Quem vestia acima disso já começava a sofrer com a falta de opções, e só encontrava roupas maiores em lojas mais voltadas para um público específico. Mas com o crescimento do mercado plus size, essa linha foi se expandindo.
Hoje, o tamanho 42 é considerado por muitas marcas como o último do “manequim padrão”. Já o 44, em alguns casos, fica no meio do caminho — ainda comum em coleções regulares, mas também presente em linhas plus size.
Essa indecisão tem uma razão: a indústria ainda carrega muito preconceito e estereótipos. Muita gente acha que plus size é só pra quem veste 50, 52 ou mais, quando na verdade a ideia é simplesmente ter roupas que acompanhem as formas reais dos corpos brasileiros.
O corpo brasileiro e a realidade do tamanho
Não é só sobre número. É sobre proporção, caimento e conforto.
O corpo da mulher brasileira tem curvas, quadris largos, coxa grossa, cintura mais fina. E isso não se encaixa direitinho em grades padronizadas. Então, uma mulher que veste 42 pode ter corpo mais “cheinho” em algumas regiões e magro em outras, o que não faz dela automaticamente parte do público plus size, mas também não faz dela alguém com corpo “padrão passarela”.
O tamanho 44, então, já começa a se afastar mais do padrão de modelagem antigo, e muitas vezes acaba ficando sem lugar nas coleções normais. A roupa fica apertada, o caimento não ajuda, e a pessoa tem que procurar modelos pensados pra quem tem mais curvas.
E na prática, como as lojas tratam isso?
Tamanho 42:
- Ainda é considerado padrão em praticamente todas as marcas.
- Facilmente encontrado em lojas de departamentos e coleções regulares.
- Nem sempre tem bom caimento para corpos mais curvilíneos.
Tamanho 44:
- Pode estar tanto em coleções comuns quanto em plus size, dependendo da loja.
- Algumas marcas já começam a chamar o 44 de “plus size leve” ou “curve”.
- Pode faltar em coleções tradicionais, o que leva muita gente a buscar na linha plus size mesmo sem se identificar com o termo.
Mas afinal, vestir 44 é ser plus size?
Tecnicamente não. Mas depende do contexto.
A resposta real vai depender de três coisas principais:
- A marca: cada empresa tem sua grade e forma de comunicar os tamanhos.
- O público: quem veste 44 pode se identificar com o universo plus size se sente dificuldade de encontrar roupas com bom caimento.
- A modelagem: duas calças tamanho 44 podem ter medidas bem diferentes, dependendo do corte e do tecido.
Por isso, usar o número 44 não te define como plus size, mas é verdade que esse é um dos tamanhos mais “invisíveis” da moda, pois fica entre dois mundos.
E a autoestima, onde entra nisso?
Existe uma pressão enorme pra encaixar todo mundo em caixinhas. Ou você é magra, ou é gorda. Ou veste P, ou veste GG. Só que na real, a maior parte das pessoas tá nesse meio-termo.
O tamanho 42 e 44 representa exatamente isso: um corpo real, que não segue padrão de revista, mas também não é representado na moda inclusiva com tanta força. Isso causa um sentimento de “não pertenço a lugar nenhum”, o que afeta diretamente a autoestima de quem veste esses números.
Dicas pra quem veste 42 ou 44 e quer se vestir bem
Você não precisa esperar a moda se adaptar pra se sentir bem com o que veste. Aqui vão algumas dicas práticas:
- Busque modelagens que valorizem suas curvas, mesmo que sejam de linhas plus size.
- Experimente roupas de diferentes lojas. Às vezes o 42 de uma marca veste igual ao 44 de outra.
- Aposte em tecidos que têm elasticidade e acompanham o corpo.
- Prefira cortes acinturados, que realçam a silhueta sem apertar.
- Dê uma chance pra lojas plus size, mesmo que o número “oficial” ainda seja 44.
O mercado plus size tá mudando
Nos últimos anos, houve um avanço enorme no segmento. Mais marcas passaram a olhar para esse público, criar coleções específicas, investir em modelos com corpos reais e produzir roupas de verdade, não só camisetas largas.
Só que esse avanço ainda precisa incluir os tamanhos de transição, como o 44. Muita gente veste 42 ou 44 e não se sente representada nem nas campanhas comuns, nem nas de moda plus size. O desafio agora é criar roupas pra todos os corpos, sem criar separações tão rígidas.
O número da roupa não te define
Por fim, é importante lembrar que número de roupa não é identidade. Vestir 42, 44, 46, ou o que for, não muda quem você é. Nem sempre a numeração traduz o que você vê no espelho, porque cada corpo tem proporções diferentes.
Se sentir bem com seu corpo vem muito mais da forma como você se vê e se aceita do que do número da etiqueta. O mais importante é encontrar roupas que sirvam bem, te deixem confortável e representem quem você é.
Então, tamanho 42 e 44 não são oficialmente plus size, mas muitas vezes essas pessoas se identificam com essa categoria por causa da modelagem, da falta de opção nas lojas comuns ou por simplesmente não se verem representadas no “padrão”.
A moda tá mudando, mas ainda tem um caminho longo pela frente. O que importa é que você se vista bem, se sinta bem e saiba que seu corpo é real, bonito e merece respeito, independente do número que tá na etiqueta.